“Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa vontade” –
(Lucas 1,26-38).
A antiga tradição da Igreja dedica o mês de maio à Maria, onde devemos com mais
intensidade declarar nosso amor a aquela que aceitou ser Mãe de Deus e nos foi
dada por Ele como Mãe, Rainha e Intercessora. Mas porque amar Nossa Senhora?
São Paulo dizia que devemos considerar os outros superiores a nós mesmos, e se
tratando de Nossa Senhora, todo o amor dedicado ao nosso próximo deve ser dado
a Ela. Modelo admirável para nossas vidas, a Virgem Santíssima nos ensina como
cumprir o preceito divino: Amar a Deus sobre todas as coisas.
Na Sagrada Escritura Nossa Senhora é mencionada em poucas oportunidades. Uma
delas é o episódio das bodas de Caná. Seu coração comoveu-se por ter a família
dos noivos ficado sem vinho suficiente. Apresentou a Nosso Senhor a situação, e
Ele respondeu-lhe de forma evasiva. Que fez Ela? Acaso usou de sua autoridade
materna? Não. Manifestou de forma pública o dever de amar a Deus sobre todas as
coisas. Como? Dizendo aos servidores: Fazei tudo o que Ele vos disser. Aqui
convém salientar a palavra tudo e a flexão verbal fazei. A Virgem não respondeu
algo como vejam se é possível fazer o que ele sugerir, ou então seria
conveniente tentar algo do que ele disser. Não, Ela é incisiva: Fazei tudo. É o
dever de amar a Deus sobre todas as coisas levado à prática. Acontece que o
dever de amar a Deus sobre todas as coisas é particularmente difícil pelo fato
de não compreendermos sempre o que Deus quer. Isso também aconteceu, em algumas
ocasiões, com Nossa Senhora, mas Ela nos mostra como agir nesses casos.
“O mês de maio nos estimula a pensar e a falar de modo particular da Virgem
Maria. Com efeito, este é o seu mês. Deste modo, o período do ano litúrgico
[Páscoa], e o mês atual chamam e convidam os nossos corações a se abrirem de
maneira singular a Maria”. (João Paulo II, Audiência Geral, 2 de maio de 1979).
Surge assim em nós, de forma espontânea e natural, o desejo de procurarmos a
intimidade com a Mãe de Deus, que é também nossa Mãe; de convivermos com Ela
como se convive com uma pessoa viva, já que sobre Ela não triunfou a morte,
antes está em corpo e alma junto de Deus Pai, junto de seu Filho, junto do
Espírito Santo. Para compreendermos o papel que Maria desempenha na vida
cristã, para nos sentirmos atraídos por Ela, para desejarmos a sua amável
companhia com afeto filial, não necessitamos de grandes investigações, embora o
mistério da Maternidade divina tenha uma riqueza de conteúdo que nunca
aprofundaremos bastante.
“A fé católica soube reconhecer em Maria
um sinal privilegiado do amor de Deus. Deus nos chama, já agora, seus amigos;
sua graça atua em nós, regenera-nos do pecado, dá-nos forças para que, no meio
das fraquezas próprias de quem ainda é pó e miséria, possamos refletir de algum
modo o rosto de Cristo. Não somos meros náufragos a quem Deus tenha prometido
salvar, porque a salvação se realiza desde já em nós. A nossa relação com Deus
não é a de um cego que anseia pela luz enquanto geme entre as angústias da
escuridão; é a de um filho que se sabe amado por seu Pai”. ( São José Maria
Escrivá – Caminhos).
Se dizer cristão é não amar a Nossa Senhora é ser mentiroso. Como não amar a
criatura mais perfeita, livre de qualquer mancha de pecado, escolhida por Deus
para nos devolver a vida que nos foi tirada através da desobediência do homem?
Não há outro caminho para conhecer realmente Jesus senão através Daquela que o
conheceu da forma mais profunda como Maria.
Que essa figura de esplendor e maravilha seja para nós o modelo mais perfeito
de mulher e mãe. Coloquemos nossa mão nas mãos dela, para que Ela nos guie até
seu filho Jesus.
Imaculado Coração de Maria, causa de nossa alegria, rogai por nós!
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